terça-feira, 23 de dezembro de 2008

CRISE, QUE CRISE? (PARTE 4)

Crédito volta a subir em novembro e ultrapassa 40% do PIB

Em novembro, concessões subiram 4,3%, contra queda em outubro.
Em 12 meses até novembro, elevação do crédito bancário foi de 32,8%.

Alexandro Martello Do G1, em Brasília

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Depois de ter apresentado queda de 7,3% em outubro deste ano, devido à crise financeira internacional, a concessão de novas linhas de crédito para pessoas físicas e empresas voltou a subir em novembro, segundo revelou nesta terça-feira (23) o Banco Central.

 

Em novembro, as novas concessões, pela média diária, subiram 4,2%, informou a autoridade monetária. Em agosto e setembro deste ano, respectivamente, as concessões de novos empréstimos haviam registrado elevações de de 3,5% e 4,9% por este conceito.

 

No caso das concessões pelo estoque, porém, houve uma forte queda de 9,4% de outubro para novembro, quando foram emprestados R$ 142,4 bilhões. Em outubro, os empréstimos atingiram R$ 157 bilhões e, em setembro, R$ 162 bilhões.


Crédito volta a fluir


O Banco Central informou ainda o volume total ofertado pelo sistema financeiro para as empresas e pessoas físicas continuou crescendo em outubro. No mês passado, o aumento foi de 2%, para R$ 1,2 trilhão. Em doze meses, o crescimento foi de 32,8%.

 

"O crédito começa a fluir novamente, passado o período inicial [de maior impacto da crise financeira] em outubro. Em novembro, exceto para as pessoas físicas, o que tem a ver com uma demanda menor por crédito, o crédito voltou a fluir. Principalmente para as empresas", avaliou o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes.

 

Segundo ele, a concessão de crédito para as pessoas físicas destoa, e não reage "tão prontamente" quando o das empresas por conta do recuo na aquisição de veículos.

 

"Há algum tempo, leasing [para compra de veículos] crescia muitíssimo. Agora, não cresce, refletindo as vendas de veículos, que caíram muito. Na comparação de novembro deste ano contra novembro de 2007, as vendas [de veículos] recuaram 25%. Não podia se esperar nada diferente na concessão de crédito para veículos", disse o chefe do Departamento Econômico do BC.


Volume total


Com o crescimento do estoque mês passado, o volume total de crédito do sistema financeiro ultrapassou a marca de 40% do Produto Interno Bruto (PIB) - novo recorde histórico. O BC já esperava que esta marca fosse ultrapassada até o fim deste ano. O volume total atingiu 40,3% do PIB em novembro, contra o número revisado de 39,6% em outubro.

Apesar do aumento esperado no crédito, o volume ofertado pelos bancos, na proporção com o PIB, ainda estará abaixo de outros países, como Chile, México e Estados Unidos, que têm um volume de crédito bancário superior a 60% do PIB.


Inadimplência


A taxa de inadimplência das empresas, com atrasos superiores a 90 dias, se manteve estável em 2,7% do total em novembro deste ano, informou o Banco Central. Está, inclusive, abaixo do registrado no fim do ano passado, quando somou 3,4%.

 

Para as pessoas físicas, entretanto, houve um crescimento da inadimplência no último mês. As operações com atrasos superiores a três meses subiram de 7,6% em outubro para 7,8% em novembro. Estão em patamar mais elevado do que no fim de 2007, quando somavam 7%.

 

"Tem um certo crescimento da taxa de inadimplência das famílias. Às pessoas jurídicas [empresas], está estável. No caso das famílias, se observa uma certa elevação, que se dá também no que se diz à aquisição de veículos. Como não concedem créditos novos, os que permanecem têm uma qualidade um pouco pior. O que se espera é que essa inadimplência, em operações das famílias, se estabilize e tudo volte à normalidade", disse Lopes, do Banco Central.


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