terça-feira, 29 de julho de 2008

ACM:Morto e amordaçado, volta a incomodar

O Ministério Público Federal na Bahia (MPF-BA) propôs nesta terça-feira à 17ª Vara Federal ação penal pública contra o delegado da Polícia Civil e ex-assessor técnico da Secretaria de Segurança Pública da Bahia, Valdir Gomes Barbosa e contra o ex-vice diretor da Central de Telecomunicações da secretaria Alan Souza de Farias. Eles são acusados de interceptar telefonemas ilegalmente para favorecer o senador Antônio Carlos Magalhães, morto no ano passado.O fato, ocorrido em 2002, só se tornou público no início de 2003. Na época, a repercussão dos grampos no meio político ganhou contornos nacionais e levou senadores a formular representação contra ACM no Conselho de Ética do Senado. Foram vítimas das escutas ilegais a ex-amante de ACM Adriana Barreto, o marido Plácido Faria, o sogro dela, César Faria, além dos deputados federais Geddel Vieira Lima, Benito Gama, Nelson Pellegrino e o então prefeito do município de Maragogipe, Raimundo Gabriel de Oliveira.Para conseguir grampear os telefones, Valdir Barbosa teria se aproveitado de um caso de extorsão mediante seqüestro ocorrido no município de Itapetinga, a 571 quilômetros de Salvador, cujas investigações supervisionava. De acordo com a denúncia do MPF, ele inseria números de seu interesse em meio àqueles que deveriam ser interceptados para a suposta descoberta do paradeiro dos envolvidos no seqüestro. Barbosa teria recorrido várias vezes à juíza de direito daquela comarca, na época Tereza Cristina Navarro Ribeiro, para obter as autorizações de escuta. Mesmo após a conclusão das investigações, a estratégia foi utilizada para ludibriar o Judiciário baiano e conseguir os monitoramentos telefônicos ilícitos, para municiar perseguições políticas e pessoais capitaneadas por ACM.Já Alan Farias, sempre de acordo com a denúncia do MPF, além de coordenar e empreender as escutas dos áudios interceptados, era o responsável pelas operações necessárias à coleta de informações. Foi ele quem ligou para um funcionário da operadora de telefonia Tim Maxitel, junto a quem detinha grande credibilidade, para pedir a alteração de um número telefônico, com a falsa justificativa de que o juízo de Itapetinga o havia digitado de forma equivocada. Sem saber, o funcionário escreveu à mão o número que supunha correto ao lado do "errado", desviando para os denunciados os áudios das conversas mantidas por Geddel Vieira Lima.Por falta de provas que apontassem autoria ou participação nos grampos, o MPF requereu o arquivamento do inquérito policial com referência a mais seis pessoas que chegaram a ser indiciadas pela Polícia Federal: os funcionários da Secretaria de Segurança Pública da Bahia Alberto Fernandes Freire Júnior (motorista) e Ednilson Bispo dos Santos (técnico em telecomunicações), o policial civil Antônio Jorge de Deus Almeida e os funcionários da Tim Maxitel à época dos fatos Túlio Renato Cândido Souza e Herbert Rodrigues. Houve também pedido de arquivamento com relação à delegada de Polícia Civil e ex-secretária de segurança da Bahia Kátia Alves, especificamente quanto aos grampos feitos a partir de ordens judiciais da Comarca de Itapetinga.



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