quarta-feira, 23 de abril de 2008

NO PT? NÃO.


Sinalizando que o comportamento do governador de Minas Gerais destoa da postura do partido, PSDB articula sua saída


Reportagem de Kennedy Alencar, publicada na edição desta terça-feira (22) da Folha, informa que o ex-presidente Fernando Henrique disse ao governador mineiro que prefere o governador José Serra (SP) na disputa interna do PSDB pela candidatura presidencial de 2010.

De acordo com a reportagem, essa declaração desencadeou uma onda de aproximação entre o governador e o PMDB. É que o PMDB teria lhe oferecido a possibilidade de sair candidato a presidente em 2010 pela legenda.

Confirmando o que o Novojornal já tinha noticiado há mais de duas semanas, a reportagem informa que FHC teria defendido que o PSDB tivesse uma chapa puro-sangue com Serra na cabeça e o governador mineiro na vice.

As insatisfações com o governador mineiro iniciaram com sua aproximação, há seis anos, de Itamar Franco - opositor ferrenho de FHC. O governador mineiro praticamente entregou ao grupo de Itamar a Cemig, a Copasa e o BDMG.

Segundo críticos da postura do governador de Minas, o chefe do Executivo desenvolve uma estratégia de aliança com opositores do PSDB nacional. Não são poucos os membros do PT que ocupam cargos no governo de Minas Gerais.

De acordo com estes opositores, o governador de Minas passou a desenvolver um projeto político pessoal, pouco se importando com questões de ordem partidária. Ainda acusam o governador de comandar sua base no Congresso Nacional apenas na defesa de seus interesses, mesmo quando se tratava de questões maiores e programáticas. Acusam a bancada mineira, ligada ao Palácio da Liberdade, de ser uma “linha auxiliar” do Palácio do Planalto.

A gota d água foi a clara aliança entre o governado mineiro e Ciro Gomes e a postura intervencionista da Cemig, atrapalhando a venda da Cesp.

A briga, ao contrário do que a imprensa mineira tenta transparecer, não está entre o governador mineiro e o paulista. Está entre o PSDB nacional e uma liderança de Minas.

Coincidência ou não o mesmo que acontece com o ocupante do Palácio da Liberdade ocorre com o ocupante da Prefeitura de Belo Horizonte.

Desacostumados com uma posterior análise de seus atos, as duas lideranças que se impõem à custa de uma mássica campanha nas mídias com distribuição de vultosa importância e à total subserviência da Assembléia Legislativa e do Ministério Público mineiro, finalmente serão obrigados a conviver com o mundo real.

Se realmente a temperatura continuar subindo, antes do meio do ano, está prevista uma debandada de membros do PSDB, com mandato no Congresso nacional, para o PMDB.

Historicamente, o PMDB, toda vez que deu espaço para lideranças do porte do governador mineiro, o fez para colocá-lo “debaixo do balaio”, debocha um deputado do partido, citando como exemplo, em Minas, Itamar Franco.

O discurso “Minas é o Estado do entendimento” parece não surtir efeito junto a lideranças o PSDB nacional, principalmente depois do pronunciamento do senador Arthur Virgilio ( PSDB-AM). “Tancredo era um político habilidoso mais tinha lado”, afirma. Ao que seu neto governador respondeu: “Cada um tem sua maneira de fazer política”.

A escola de Tancredo era a do velho PSD. Já seu neto, até a posse de seu avô em 1983, jamais mexera com política, sua irmã e conselheira, uma das fundadoras do PT no Rio de Janeiro, que nada conhecia da política mineira cercou-se pela UDN dos banqueiros e pelo PR dos entreguistas.

O senador Arthur Virgílio tem razão quando diz que Tancredo Neves tinha lado. Certa vez, impedido de comparecer como testemunha de um de seus amigos em um inquérito Policial Militar, mesmo diante de todo risco, escreveu de próprio punho o que depois seria a peça de defesa deste seu companheiro.

É bem verdade que os tempos são outros. Hoje já não se faz política, se faz negócio.

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