terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Aécio e Alckmin tentam sepultar Serra sob protestos da velha mídia

Desde o dia da votação do segundo turno das eleições presidenciais que Serra se transformou em um cadáver político insepulto, embora nem ele nem seus aliados da imprensa consigam reconhecer essa realidade.

Contestado já antes de anunciar a sua candidatura e sem nunca ter sido uma unanimidade no seu partido ou entre aliados, Serra cometeu muitos erros durante a campanha e o maior dele foi a forma como centralizou decisões e escondeu aliados desgastados com a opinião pública.

No processo eleitoral conseguiu reunir mais desafetos do que tinha arregimentado durante toda a sua vida política, mesmo não sendo novidade suas manobras para destruir adversários e aliados que atravessassem o seu caminho.

Por mais que os velhos aliados da imprensa não o abandonem nem nesse momento de ostracismo político, e mesmo que alimentem esperanças de que Serra se candidate mais uma vez a presidência em 2014, essa hipótese está cada vez mais distante, e o isolamento de Serra pode colocar dificuldades para que consiga se manter em evidência no partido, ocupando algum cargo na administração.

Se Aécio já se achava a “bola da vez” para ser o candidato tucano a presidência em 2010, imagino que essa impressão tenha se transformado em certeza para 2014. Por seu lado, Alckmin que concorreu em 2006, deve acreditar que agora é o segundo na lista de sucessão, e imagino que nem deve passar pela cabeça deles a possibilidade de alguém centralizador e autoritário como Serra ocupar alguma posição de destaque no partido e manter poder para inclusive conspirar contra os dois, utilizando aqueles métodos heterodoxos revelados pelo jornalista Amaury Junior.

Fechado na intenção irremovível de sepultar Serra de uma vez e tirá-lo do seu caminho para 2014, Aécio iniciou a discussão de “refundação” do PSDB, uma tentativa de reaproximar o partido com os ideais da social democracia que motivaram a sua fundação e que estavam afastados durante o tempo em que Serra e aliados aproximou o partido da intolerante extrema-direita.

A velha mídia, que ainda não desencarnou do Serra, permanece sem saber o que fazer, pois mesmo o idolatrando já sentiram o cheiro de decomposição no ar e provavelmente vão ter que se aproximar de Aécio, afinal, rei morto rei posto, e até porque nem do lado do governo Dilma e nem da oposição PV/PSOL é que vão se alinhar.

Ao transformar a agenda da refundação em uma agenda de todos os governadores do partido, o futuro senador deu um golpe que pode ter sido o de misericórdia em Serra, que não conta sequer com uma unanimidade no seu estado.

Só falta agora avisar ao defunto que ele “já passou dessa pra melhor”. Uma boa ocupação para o Serra seria trabalhar como elenco de apoio pelo diretor Frank Darabont, na impressionante série The Walking Dead, da AMC (exibida no Brasil pela FOX) que obteve sucesso estrondoso no mundo inteiro na sua primeira temporada, com média de 5,5 milhões de telespectadores só nos EUA, e cujo autor desse texto é aficcionado confesso.

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