O que o dinheiro não pode comprar 15/05/10
Porque a gente acaba pensando nas possibilidades e contradições que os meios de comunicação nos oferecem. Hoje cedo, fiz aquele post sobre o artigo publicado descrevendo a situação e as perspectivas dos americanos no Afeganistão a partir de uma dica de um amigo lá de…Rondonópolis.
Meus amigos mais velhos, o pessoal que está aí na faixa dos 50 anos sempre me fala do tempo em que a militância política era espontânea, gratuita, apaixonada, e que isso desapareceu. Pode até ter ocorrido, de fato, no mundo da política partidária, com a profissionalização das campanhas, com o marketing, com a publicidade nos programas eleitorais na televisão. Num olhar mais superficial, acaba parecendo que a eleição se torna, apenas, uma disputa econômica: quem contrata mais gente, os melhores marqueteiros, quem gasta mais em material de campanha. E a gente vê tanta gente vencer eleições assim que não pode duvidar que, em grande parte, não seja assim.
É, mas não é assim sempre e em tudo.
Se a gente prestar atenção, verá que jamais a sociedade se desmobilizou completamente. Mudaram, porém, as formas pelas quais isto se dá. Durante a ditadura do pensamento único, quantos movimentos – dos quais as ONGs se tornaram sinônimo – que buscavam mudar um pedacinho do mundo: ou um lugarzinho, ou um tema, uma situação humana. Verdade que muitas vezes algo fechado, despolitizado, restrito e com a visão restrita: egoísta, por vezes, na sua intenção generosa.
Era o mal daqueles tempos, talvez. A globalização, que interligou economias sob a hegemonia do capital segmentou os seres humanos, já não geograficamente, mas fisicamente e no sentido de nosso sentimento de identidade nacional, de povo. Reduziram-nos a “tribos”.
Mas, como a infalibilidade do mercado que apregoavam, como o “fim da história” que anunciavam, como a morte da política, que pretendiam substituir pela “gestão”, a militância política ressurgiu.
E vejam o que digo: ressurgiu num patamar superior.
Não há mais comícios, não há mais discursos, não há mais discussão e propagação livre de idéias? Não há mais reunião?
E o que estamos fazendo aqui? Será que saímos de zero para quase mil visitas porque não existe vontade de participar, de interagir, de discutir, polemizar, de nos identificarmos e sermos juntos uma força gigantesca perto da pequenez de cada um de nós, isolado?
Não foi o pouco talento deste deputado-blogueiro o responsável por isso. Há milhares de outros blogs mais bem escritos. E as idéias que se expõe aqui também estão, mais para cá ou mais para lá, em outros tanto.
Acho que nos une a ideia de sermos militantes – eletrônicos, mas de carne e osso, também – de uma causa: o povo brasileiro.
E esta causa, hoje, voltou a levantar-se. Perdemos a vergonha de sermos nós mesmos, perdemos a timidez em dizer que amamos este país, perdemos o medo de dizermos que acreditamos no povo brasileiro.
Nosso discurso é positivo, tem esperança, tem a alegria de quem sabe caminhar para o futuro.
E é isso que não podem comprar. Os militantes da direita são negativos, ranzinzas, histéricos, chatos. Só agora pude entender o que foi o lacerdismo.
Quando falei isso com um companheiro que me recebeu no aeroporto, ele me contou que, nos anos 50 e 60, os cariocas chegaram a batizar um mosquito muito irritante de “lacerdinha” por isso. Achei engraçado e fui na wikipédia ver era isso mesmo.
Taí um bom substituto para este nome de troll que ninguém entende.
Vamos em frente, espero a manifestação de todos na enquete sobre a moderação dos comentários. Legal está sendo ver os votos e os comentários.
E vejo em todos uma disposição de participar, de falar e ouvir, que é a nossa força.
A deles são as armas que o dinheiro pode comprar. A nossa, aquilo que dinheiro nenhum pode comprar: nosso amor ao Brasil e ao povo brasileiro.
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