Ministério Público da Venezuela indicia ex-governador por incitação à violência
O ex-governador do estado venezuelano de Zulia, Oswaldo Álvarez Paz, foi detido após ser indiciado pelo Ministério Público por conspiração, incitação à violência e difusão de informações falsas, confirmou na terça-feira (23), o ministro do Interior e Justiça, Tareck El Aissami. Álvarez Paz disse, no dia 8 de março, no programa Alô Cidadão transmitido pelo canal Globovisión, que “a Venezuela constitui um paraíso para o narcotráfico” e mantém relações com grupos terroristas, não se descartando que sejam financiados pelo governo. ”Não pode se mentir e manipular sem que aconteça nada. No passado isso nos custou um golpe de Estado e muitas mortes. Esse senhor disse algo tão grave como vincular o governo com o narcotráfico e o terrorismo. Assim, na cara de pau, sem provas, sem sequer indícios, na base da impunidade. Tem que ter plena responsabilidade”, assinalou o ministro Aissami, alertando que não pode se impor o sentimento discriminatório ante a legislação vigente, porque ter sido governador “não outorga o direito a um cidadão de desafiar as instituições e violar as leis do país”. El Aissami declarou que o procedimento “é uma fase de um julgamento que ocorre conforme os princípios constitucionais que reconhecem a liberdade de expressão, mas também a plena responsabilidade de quem assume esse direito”. O presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia e Comunicação Social, deputado Manuel Villalba, pediu uma investigação sobre o fato e denunciou que as declarações constituem uma instigação ao ódio contra o país e suas instituições, rechaçando a tentativa de alguns meios da oposição de qualificar o ex-governador como preso político detido por ordem do presidente do país, Hugo Chávez. Manuel Villalba reiterou que a privação da liberdade do ex-governador e ex-candidato presidencial pelo partido social-cristão Copei, “não obedece à retaliação política, como querem certos dirigentes golpistas, esses sim contra a lei, mas pelo contrário, busca a erradicação da impunidade para aqueles que constantemente incorrem em acusações irresponsáveis e sem provas”. Como parte das diligências de investigação, na segunda-feira (15) se declararam na qualidade de testemunhas o diretor do programa Aló, Cidadão, Leopoldo Castillo; a jornalista Andreína Fuenmayor e as produtoras María Gabriela Puche e Rosa María Atencio. O primeiro depoimento de Alvarez Paz está previsto para quinta-feira (25) no Palácio de Justiça de Caracas.
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