quarta-feira, 14 de maio de 2008

Desenvolvimento sustentável, lição deixada por Marina


Que lições devemos tirar dos anos de permanência de Marina Silva no Governo e de sua saída? Uma única, e principal: que a luta apenas começou e que, como disse bem a ministra em sua carta de demissão, temos adversários no governo e na sociedade. No governo, porque é de coalizão e representa interesses nem sempre compatíveis; na sociedade porque ela é democrática, mas desigual e isso se expressa na política e no poder.


Marina não combateu apenas contra os poderosos grupos de pressão dos ruralistas ou do agronegócio. Lutou contra a falta de recursos orçamentários e contra a insensibilidade de setores corporativos em seu ministério, que não aceitam as mudanças mesmo quando elas favorecem a sociedade e, no caso, o meio ambiente.


A demissão traz para o governo Lula um grande desafio, que é o de desenhar uma política ambiental que combine o desenvolvimento com o meio ambiente. Uma política de desenvolvimento sustentável, que preserve a Amazônia da pecuária e do desmatamento madeireiro e limite, para fora de sua fronteira, a expansão da soja e da cana.


Não tenhamos ilusões. O mundo nos julgará e nos cobrará pelo que acontecer na Amazônia, na produção dos biocombustíveis e na expansão da produção de alimentos. Ainda estamos devendo à nossa sociedade um pacto social com cláusulas ambientais e sociais que regule o setor produtivo bioenergético.


A Amazônia não tem, ainda, um plano contra seu desmatamento com recursos que o viabilize e, apesar de todos os avanços descritos na carta da ministra Marina, que transcrevemos aqui (publicada no Estadão), seu sucessor não poderá fugir aos desafios que a levaram a pedir demissão: conquistar apoio político, recursos e uma política de desenvolvimento sustentável.

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