quinta-feira, 20 de março de 2008

Lula: "Brasil não é mais 'perna-de-pau' na economia mundial"


Em cerimônia para a entrega de contratos de cessão de uso de águas públicas e assinatura do termo de cooperação técnica entre a Petrobras e os Estados do Mato Grosso do Sul e Paraná, em Foz do Iguaçu (PR), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil não é mais um "perna-de-pau" no cenário econômico internacional.
"O Brasil não é mais perna-de-pau. Todo mundo sabe que não precisa dar botinada em perna-de-pau porque ele perde a bola sozinho. Porém, o Brasil está virando craque em muitas coisas", disse o presidente.
Segundo ele, o País está tendo um papel importante no mercado mundial e isso se traduz em dificuldades. "Quando um país é insignificante do ponto de vista de sua balança comercial, ninguém se incomoda. Mas quando um país passa a ser competitivo com as grandes potências do mundo em vários produtos, começamos a ser vitimas de ataques", afirmou.
O presidente disse que essa competição está ainda mais explícita na área dos biocombustíveis. "É o que está acontecendo agora na área de biocombustíveis. Todo mundo sabe que o Brasil será invencível nessa disputa, porque temos terra, água, conhecimento, tecnologia e 30 anos de acúmulo de conhecimento", explicou.
"É por isso que, tanto Estados Unidos quando União Européia, sobretaxam o nosso álcool para dificultar a entrada no mercado deles. Eles são defensores do livre comércio, mas desde que seja para vender os produtos deles. (...) O mundo vai se curvar aos biocombustíveis nas próximas duas décadas, é irreversível".
Além dos acordos para cessão de águas, a presença do presidente na usina de Itaipu também serviu para a assinatura de um protocolo de intenções para a construção de um alcoolduto ligando o Paraná e o Mato Grosso do Sul. Segundo a estatal, servirá para ligar malha de dutos da empresa cobrindo as regiões Sudeste, Centro Oeste e Sul do País.
O presidente aproveitou o evento para rebater as críticas dos países desenvolvidos ao uso dos biocombustíveis, principalmente as relacionadas à escassez de alimentos no mundo.
"Em 1995, o Brasil produzia em 37 milhões de hectares de terra, 57,9 toneladas de grãos. No ano passado, produzimos 133 milhões de toneladas de grãos em 47 milhões de hectares. Triplicamos a capacidade produtiva do País; não há nenhum risco de incompatibilidade na produção de biodiesel com capacidade de produção de alimento".
Lula também afirmou que o trabalho no cultivo da cana-de-açúcar não é mais penoso do que o efetuado na obtenção de outras formas de energia.
"Chegam a dizer que o Brasil não pode vender álcool por causa do trabalho escravo no Brasil. (...) O trabalho com cana é penoso, mas certamente ele não é mais penoso do que o dos trabalhadores das minas de carvão, que fizeram a Europa se transformar numa sup
erpotência".

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