quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

CASO PAULA OLIVEIRA 19/02/09

Pernambucana é indiciada. Imprensa afirma que ela confessou farsa
Publicado em 19.02.2009, às 00h11

Foto: Divulgação
Paula teria forjado ataque em busca de uma indenização

Será que tudo não passou de uma farsa?

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Wilfred Gadêlha
Do Jornal do Commercio

No mesmo dia em que a Procuradoria-Geral de Zurique abriu um procedimento para investigar se a pernambucana Paula Ventura de Oliveira, 26 anos, mentiu sobre o suposto ataque neonazista de que teria sido vítima na segunda-feira (9), setores da mídia suíça afirmaram que a bacharela em direito já teria confessado à polícia que tudo foi uma farsa. Citando fontes policiais, a revista conservadora Die Weltwoche, ligada ao SVP (partido de direita cuja sigla foi escrita a estilete no corpo da pernambucana por três skinheads, na versão de Paula), diz até mesmo onde a brasileira comprou a faca de cozinha com que teria se mutilado. Segundo o repórter Alex Baur, a motivação de Paula no seu “fictício ataque skinhead” teria sido obter do Estado suíço uma indenização, que, de acordo com episódios similares acontecidos anteriormente, renderia à suposta vítima pelo menos 50 mil francos suíços – algo em torno de R$ 100 mil. A informação também foi veiculada no telejornal noturno da Tele Zurich.

A revista vai mais além: diz que o episódio foi planejado por Paula, incluindo o fato de ela ter enviado imagens de ultrassom comprovando a suposta gravidez para amigos que podem ser encontradas na internet. A pernambucana teria confessado à polícia a farsa na sexta-feira (13). Ela teria comprado uma faca de cozinha na loja multinacional norueguesa Ikea. A gravidez seria uma forma de “cacifar” a indenização, uma vez que agressões a gestantes renderiam mais dinheiro. Segundo Baur, chegam a 100 mil francos suíços. Ainda de acordo com a publicação suíça, a polícia de Zurique guardou segredo sobre a confissão desde a sexta-feira. Naquele dia, uma fonte informou ao Jornal do Commercio que o Itamaraty já saberia que Paula havia confessado. No entanto, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil e a família da bacharela em direito não confirmaram a informação.

O indiciamento de Paula pelos promotores suíços foi anunciado nessa quarta-feira. A Procuradoria-Geral de Zurique bloqueou os documentos e o passaporte da pernambucana. Na prática, ela não poderá sair do país até que esta investigação chegue ao final – a da polícia também continua, em paralelo. A Procuradoria-Geral também designou um defensor público para Paula, mas a família preferiu contratar o advogado suíço Roger Müller, cujo escritório conta com duas brasileiras e é especializado em imbróglios judiciais envolvendo brasileiros e suíços, além de intermediar a venda de terrenos no Brasil e realizar serviços de tradução e de intérprete.

Em entrevista ao JC, por telefone, de Zurique, Müller confirmou a contratação e disse que já está tomando as providências para defender Paula. “Já tive acesso aos autos do processo e estamos preparando a defesa”, informou o advogado, acrescentando que esteve com a sua cliente nessa quarta. “Ela está bem, sendo cuidada pela família e se alimentando. Todo mundo sabe que ela está vulnerável”, disse Müller. Normalmente, ainda de acordo com o advogado, segundo a lei do cantão (Estado) de Zurique os defensores só podem ter acesso aos autos após o primeiro depoimento formal da suspeita. “Mas, como esse é um caso significativo, mais amplo, de repercussão internacional, já tivemos acesso.”

Segundo a Procuradoria-Geral de Zurique, Paula pode ser enquadrada no crime de indução da Justiça a erro. Em caso de condenação, ela pode pegar três anos de detenção. Mas, na opinião de Müller, isso não vai acontecer. “Em um caso extremo, no máximo haveria uma pena financeira, ou uma pena similar à liberdade condicional no Brasil, de no máximo dois anos. É importante dizer ainda que ela não está presa ou em detenção temporária, mas não pode sair do país”, acrescentou Müller, que não atendeu mais às ligações do JC após a divulgação da informação da revista Die Weltwoche. Ao Jornal Nacional, da TV Globo, Müller disse que a suposta confissão de Paula não teria validade pois não teria ocorrido na presença de um advogado. Já o pai de Paula, Paulo Oliveira, afirmou não ter motivos para não acreditar na filha.

No Recife, o tio de Paula, o coronel da reserva da Aeronáutica Silvio Oliveira, disse que encarou com surpresa a decisão da Procuradoria-Geral de Zurique. “Estou cada vez mais surpreso. Não estou entendendo nada. Continuo acreditando na versão do meu irmão”, afirmou. O militar reformado salientou que a abertura da investigação não significa que sua sobrinha seja culpada. “Se o juiz aceitar a denúncia, ela ainda seria julgada. Só quando sair a sentença – se sair – ela pode ser considerada culpada ou inocente”.

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