quinta-feira, 5 de junho de 2008

Paulinho: Se eu contar o que sei,




Em entrevista publicada nesta quinta-feira (5) pelo jornal Correio Braziliense, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) acusa o PSDB paulista e o governo do tucano José Serra de estarem por trás das denúncias contra eles divulgadas na última semana.Paulinho afirma que, no ano passado, ele e sua família foram investigados clandestinamente pela Polícia Civil de São Paulo – o que teria acontecido após seu rompimento político com o prefeito Gilberto Kassab (DEM, apoiado por Serra).O deputado disse ainda que, se contar o que sabe, “cai a República de São Paulo”. Leia abaixo o trecho da entrevista em que Paulinho faz as acusações:


O senhor tem dito que é vítima de perseguição. Quem faria isso e por quê? Passei a ser o deputado que articula as centrais sindicais. Nós estávamos acuados. Tentaram dividir os trabalhadores. E agora estamos juntos. Isso incomoda. Quem? Grandes empresários do cenário nacional e políticos importantes. Da base do governo ou da oposição? Tem alguns da base, mas é a oposição. Eles me consideram um traidor. Porque eu vim para cá e a gente juntou as centrais sindicais, CUT e Força. Quando juntou, consideraram uma traição.Em São Paulo, o senhor tinha uma ligação próxima com PSDB, hoje se afastou. A investigação da PF foi feita lá.


Na sua opinião, o PSDB paulista pode estar por trás disso? São eles que o chamam de traidor? Eu acho que sim. Mas vou dizer mais. Eu cometi uma falha nesse processo todo (ao não denunciar para a imprensa). Começou uma investigação sobre mim em São Paulo em setembro no ano passado, achei que era um seqüestro da minha filha (Juliana). Ela me ligou e disse "pai, estou sendo seguida". E eu falei para ir a uma delegacia. Isso foi por volta de setembro (do ano passado). Eu pensei que fosse seqüestro. Eu pedi para o coronel da Polícia Militar Wilson Consani Júnior verificar. Passaram uns dias, e ele me procurou. E disse: nós constatamos que é Polícia Civil. A polícia tinha uma casa alugada ali perto da sede do PDT, na Vila Mariana. Aí deram uma batida na casa, e quase morreu gente. E os caras se identificaram e disseram que quem os mandou foi o alto comando da Polícia Civil. E o Consani falou: Paulinho, não sei se é bom ou ruim. O bom é que não é seqüestro. O ruim é que a Polícia Civil, que, quando não tem prova, fabrica. E, para me prevenir, fui ao Ministério Público e dei um depoimento no dia 18 de outubro. E procurei o Lupi (ministro do Trabalho, Carlos Lupi, então presidente do PDT). Não tinha como não falar que era o Serra, a Polícia Civil.


A Polícia Civil estaria investigando o senhor clandestinamente, é isso? Sim, e estava investigando minha filha. Eu dei um depoimento no dia 18 de outubro ao Ministério Público. E isso aconteceu, eu peguei esse negócio e dei para a Veja. Só que a revista queria que eu falasse com ela, mas o ministro Carlos Lupi não deixou eu fazer.

Aí, o que aconteceu? Contaram para os caras, e eles mudaram de polícia. Por que o PSDB teria feito isso? Porque você sabe como funciona uma eleição. Tem um prefeito. Nos mantivemos uma independência do PDT em São Paulo. Não compusemos com o Serra para governador, fui candidato a prefeito. Agora eles faziam questão de contar com nosso partido. E nós fizemos uma guerra para o secretário (Geraldo Vinholi), nomeado na época do Serra, entregar o cargo na prefeitura do Kassab. Nós rompemos.


Há um dedo do governo estadual nessa história então? Alguém do governo estadual está nisso. Isso tudo aconteceu porque, durante todo o tempo em São Paulo, o PDT manteve a independência. E isso incomodou. Tentaram o tempo todo controlar o nosso partido para ter pelo menos a metade com eles. Por isso, enfrentei para retirar o partido da base do Kassab. O Kassab esteve na minha casa duas vezes. O Kassab foi fazer o que? Dizer que não era candidato, mas queria manter uma boa relação conosco. Eu disse que nossa tendência era ter candidato. E vou parar por aqui. Depois disso, teve a perseguição em São Paulo. O coronel Consani vai falar isso para a Polícia Federal.
E qual a relação disso com as recentes denúncias de desvio no BNDES? Se eu tivesse denunciado, eu falaria tudo o que aconteceu. E não estou querendo falar agora. Se eu falar, cai a República de São Paulo. Alguém ofereceu dinheiro? Não posso falar nada. Por que cairia a República de São Paulo? Porque tem muito problema. Se eu tivesse denunciado, tinha me prevenido dos supostos envolvimento nessas coisas. Por que falo de armação? Quem inflou essa historia? Alguém que quer me detonar. http://www.pt.org.br/portalpt/index.php


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