VALEU JUSSARA.

DÊ - SE AO RESPEITO!

O ministro Gilmar Mendes, presidente do STF, diz que a absolvição do fazendeiro Vitalmiro Moura, o Bida, acusado de ser o mandante da morte da freira Dorothy, não prejudica a imagem do Brasil. Prejudica, sim, e muito. O Brasil é visto, sim, como o país da impunidade. Infelizmente, no Brasil só cumpre pena pobre, negro e puta. O ministro Gilmar Mendes deu a senha para que outros crimes de mando ocorram no país. Desde que foi eleito presidente do STF, o ministro Gilmar Mendes dedica-se a criticar o presidente Lula. A gente sabe que o ministro foi designado para o STF pelo FHC depois de ter permanecido oito anos a seu serviço, como procurador e advogado da União. É homem de confiança de FHC e age como se tivesse uma divida de gratidão imensa com FHC por essa indicação. Está ficando feio isso, está dando muito na cara o apego do ministro a FHC: passa a imagem de incompetência, pois se não fosse FHC a nomeá-lo, ele não seria escolhido por nenhum outro presidente, já que não é, digamos assim, nenhuma sumidade. Agora vai retribuir a FHC atacando sistematicamente o presidente Lula. Fico imaginando governantes de outros países, juízes de outras Supremas Cortes, lendo o que disse o ministro Gilmar Mendes, pasmos com tamanho absurdo. No fundo, o que importa não é se o Brasil fica ou não com a imagem prejudicada, é o sentimento de injustiça, pois um inocente morreu, uma vida foi tirada, seu algoz está livre e pode, sim, tirar outras vidas, porque sabe que vai continuar livre. Isso gera uma imensa sensação de medo, de insegurança, de injustiça. O ministro Gilmar Mendes, por ocupar o cargo máximo da Justiça brasileira, tem que falar menos para falar menos bobagens, precisa ter bom senso. Tem que parar de buscar os holofotes da mídia e agir com consciência, com discernimento, seriedade e principalmente com justiça. O ministro Gilmar Mendes deveria se espelhar na ministra Ellen Gracie, que deixa a presidência do STF com galhardia, sem pirotecnia, sem polêmicas, sem ter usado os holofotes da mídia para promoção pessoal. Agiu sempre com segurança e seriedade, com o respeito pessoal que o cargo exige. Respeito que o STF precisa mostrar pelo Presidente e, principalmente, pelo povo brasileiro.
Jussara Seixas