DEUS QUEIRA.

Irmão acredita que padre está perdido na mata

Adelir de Carli sumiu após levantar vôo com balões de gás no Paraná.Segundo irmão, religioso sabia operar aparelho de GPS.

Marcos de Carli, irmão do padre Adelir de Carli, ajuda nas buscas pelo religioso, que está desaparecido desde domingo (20). O irmão acredita que Carli está perdido pela mata. “Ele se soltou dos balões e deve ter caminhado mata adentro”, afirma.

Carli decolou de Paranaguá (PR) no domingo, levado por mil balões de gás coloridos. À noite, ele desapareceu. Desde então, aeronaves e embarcações realizam buscas no mar de Santa Catarina. Os bombeiros de Penha (SC) disseram ao G1 que estão fazendo rastreamento em regiões de mata fechada nesta quarta-feira (23).

Já foram encontrados destroços nas regiões de São Francisco do Sul, Penha e Florianópolis

De acordo com Marcos, o padre havia feito curso para operar o GPS. “Adelir sabia operar. O aparelho caiu na água, a bateria estava descarregada e ele não conseguiu mandar sinal”, afirma o irmão.

Pedido de ajuda

No domingo pela manhã, com chuva, o padre rezou uma missa especial em Paranaguá (PR). Às 13h, mesmo com o tempo ruim, ele decolou. O objetivo era divulgar a religião e a Pastoral Rodoviária. O vento forte levou o padre até o mar de Santa Catarina. O último contato foi feito por volta das 21h.

Planejamento

Amigos dizem que Carli era fã de esportes radicais, mas especialistas afirmam que faltou cautela no planejamento da viagem com balões coloridos. O empresário José Agnaldo de Moraes, que ajudou a planejar a viagem, diz que o religioso sabia o que estava fazendo. “Ele tinha bastante água, tinha barras de cereais, cápsulas energéticas para agüentar um dia, um dia e meio tranqüilamente”, afirma.

De acordo com Mauro Chemim, piloto de balão com 15 anos de experiência, o padre não deveria ter decolado com chuva. "Ele decolou de lugar errado e não tinha suporte técnico de meteorologistas."

Primeiro vôo

O padre já viajou do Paraná para a Argentina no dia 13 de janeiro deste ano. Ele levantou vôo na cidade de Ampére (PR). Os balões atingiram 5,3 mil metros de altitude e o vôo durou quatro horas. Para se aproximar do chão e pousar, o padre usou um estilete: foi furando e soltando uma parte dos balões.

A assessoria de imprensa da Aeronáutica informou ao G1 que o vôo com balões de gás coloridos como o planejado pelo padre não é regulamentado e que ele não pediu autorização para a viagem de domingo.