quarta-feira, 19 de março de 2008

SUSPEITEI DESDE O PRINCÍPIO.


Descubra quem é o ''pacifista'' dalai-lama

Por Humberto Alencar

Incensado pelo ocidente como uma figura impoluta, lutadora da paz e da não-violência, o dalai-lama, ou Tenzin Gyatso, está longe de merecer o epíteto de pacifista que a mídia ocidental lhe aplicou nos últimos 50 anos. Aliado há longa data do regime americano, e recentemente de Bush, o dalai-lama não é parte integrante das lutas dos povos pela democracia e a paz mundial.

Exilado em Dharamsala, na Índia, onde está à testa de uma comunidade de 120 mil tibetanos, o 14.º dalai-lama é apresentado desde 1959 pelos meios de comunicação como ''um dos maiores defensores da paz no mundo'' e ''líder espiritual''.

Seus gestos desmentem esses epítetos.
Em 2003 o ''líder espiritual'' budista passou 18 dias nos Estados Unidos, onde se encontrou com o presidente do país, George W. Bush, e o então secretário de Estado, Colin Powell.

Os EUA tinham recentemente estabelecido o Tibetan Policy Act, uma lei que regularizava a ajuda aos separatistas, em 2002.
O que disse e fez por lá revela que o homem que ostenta o título de Prêmio Nobel da Paz, obtido em 1989, age de forma diametralmente oposta ao discurso que mantém.
A Casa Branca não divulgou o teor das conversas, mas a julgar pelas declarações posteriores do dalai-lama, um dos resultados da visita foi sua incorporação à política de guerras preventivas, aspecto central da estratégia agressiva do imperialismo norte-americano na atualidade.
''É muito cedo para dizer se a guerra no Iraque foi um erro'', afirmou, para acrescentar em seguida sua convicção de que é necessário ''reprimir o terrorismo'', sem explicar o que queria dizer com ''reprimir''.
Participação no poder chinês
Em 1954, o décimo quarto Dalai-Lama participou da primeira Assembléia Nacional Popular da China, que elaborou a Constituição da República Popular, tendo sido eleito como um dos vice-presidentes do Comitê Permanente dessa Assembléia.
Na ocasião, pronunciou um discurso afirmando: ''Os rumores de que o Partido Comunista da China e o governo popular central arruinariam a religião do Tibete, foram refutados. O povo tibetano tem gozado de liberdade em suas crenças religiosas''.
Em 1956, o dalai-lama assumiu a presidência do comitê provisório encarregado de organizar a região autônoma do Tibete. As relações entre os governos central e local estavam, portanto, normalizadas.
O conflito ressurgiu quando se cogitou em promover a reforma democrática do Tibete, separando a religião do Estado, abolindo a servidão rural e a escravidão doméstica e redistribuindo a propriedade das terras e dos rebanhos, monopolizada pela aristocracia civil e pelos mosteiros.
Após o exílio, o dalai-lama, cercado pelas forças anti-chinesas e separatistas tibetanos, traiu completamente a sua posição patriótica original.

A facção pró-ocidental, aproveitando-se da insatisfação entre lamas e nobres, retomou a ofensiva.
Agitando as bandeiras separatista e religiosa, e apoiada pela CIA cada vez mais desinibidamente, como hoje se reconhece, essa facção fundou uma organização política, a ''Quatro Rios e Seis Montanhas'', e uma organização militar, o ''Exército de Defesa da Religião'', e iniciou em 1956 ataques armados a funcionários e prédios públicos, a obras de infra-estrutura e até mesmo a tibetanos que apoiassem o movimento democratizador.


Como reencarnar estando ainda vivo?


Traindo seus princípios religiosos, em novembro passado, o dalai-lama propôs que, em vez de esperar que os sábios religiosos encontrassem a próxima encarnação após sua morte, ele escolhesse sua própria encarnação. Geralmente, depois da morte do dalai-lama, autoridades budistas tibetanas, orientadas por sonhos e sinais, identificam uma criança que vai substituir o líder morto.
Para impor seu método e estabelecer uma linha sucessória segura para os separatistas, o dalai-lama propôs então um ''referendo'' entre os budistas tibetanos sobre mudar ou não o atual processo de reencarnação de modo que ele pudesse ter influência na escolha de seu sucessor.

A idéia não foi bem recebidas pelos budistas, porque contraria a lógica religiosa: como encontrar a alma de alguém em outro corpo, se você ainda não desencarnou?

Anti-desenvolvimento

O governo central da China inaugurou em 2006 a maior ferrovia do mundo, ligando o Tibete ao resto do país. A ferrovia custou 4,1 milhões de dólares e atravessa o platô tibetano para ligar Lhasa aos centros econômicos da China.
A ferrovia é uma ferramenta vital para a economia tibetana, a mais pobre da China, mas o dalai-lama e os separatistas consideram a estrada de ferro uma ''ameaça''. Alegam que a ferrovia trouxe ''novos ocupantes'' e é um meio de ''roubar'' as riquezas naturais do Tibete.
Desde 1985, o Tibete é uma ''zona de turismo livre'', substituindo o '' turismo acompanhado'' que vigorava até então, a ferrovia veio apenas aumentar o desenvolvimento econômico local.
Esta semana, Tenzin Gyatso lançou pela mídia um apelo vazio para que a ''comunidade internacional'' investigasse o que chamou de ''genocídio cultural'' no Tibete, após a violência perpetrada nas ruas de Lhasa por monges e seus seguidores.


O ouro de Washington

De acordo com o historiador americano Jim Mann, citado pelo site Global Research, ''durante os anos 1950 e 1960, a CIA apoiou ativamente a causa tibetana com armas, treinamento militar, dinheiro, apoio aéreo e todo o tipo de auxílio''. Além de Mann, outro estudioso das ações da CIA na Ásia, Michael Parenti, fez recentemente a seguinte observação:
''...nos Estados Unidos, a Sociedade Americana Por uma Ásia Livre, uma fachada da CIA, propagandeou ferozmente a causa da resistência tibetana, com o irmão mais novo do dalai-lama, Thubtan Norbu, tendo um papel ativo nessa organização.

Outro irmão, também mais novo, do dalai-lama, Gyalo Thondup, estabeleceu uma célula de operação de ''inteligência'' com a CIA em 1951 (embora o apoio oficial da agência tenha sido estabelecido somente em 1956). Mais tarde, essa célula foi treinada e transformada em uma unidade de guerrilha da CIA, tendo seus recrutas sendo lançados por pára-quedas no Tibete''.


De acordo com documentos abertos pela inteligência americana no fim da década de 1990, revelou-se que o movimento tibetano no exílio recebeu cerca de 1,7 milhão de dólares por ano, na década de 1960, para operações contra a China, enquanto 180 mil dólares anuais eram pagos regiamente ao dalai-lama.
Em 1969, entretanto, o apoio secreto pela causa tibetana foi interpretado pela CIA como infrutífero, e a agência de espionagem decidiu retirar a ajuda aos ''revolucionários'' tibetanos.
No entanto, a ajuda monetária anual ao ''pacifista'' dalai-lama perdurou até 1974, quando Nixon normalizou as relações com a China. O presidente que lhe sucedeu, Gerald Ford, encerrou o envolvimento da administração americana com os exilados tibetanos, em um novo contexto da estratégia americana para a Guerra Fria.
A fase seguinte do relacionamento entre Estados Unidos e o dalai-lama e os seus apoiadores foi direcionar a opinião pública mundial a considerar o Tibete como uma questão de direitos humanos, em um engajamento político contra a China.
Em 1979 a relação entre regime americano e dalai-lama sofre uma nova modificação, com o ''pacifista'' obtendo um visto de entrada nos EUA sob a administração Carter. A ''causa tibetana'' encontra então novos patrocinadores, com representantes do congresso americano trabalhando em conjunto com os separatistas tibetanos para enfocar a atenção dos governos seguintes e do resto do mundo na ''questão tibetana''.
Nos dias de hoje, a ajuda financeira e política aos exilados tibetanos parte de um poderoso braço da CIA, a National Endowment for Democracy, organismo criado a partir de 1984, sob a administração Reagan, e que patrocina e subsidia movimentos pró-americanos ao redor do planeta, como os que recentemente derrubaram os governos da ex-Iugoslávia em 2002, Geórgia em 2004 e Ucrânia em 2005.
O trabalho da NED, desde a década de 1990, é propalar os discursos e ações ''pacifistas'' do dalai-lama ao redor do planeta.
VERMELHO

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