sábado, 12 de abril de 2008

Miriam Leitão é a marionete do Banco Central na Globo



O site do Bom Dia Brasil apresenta Miriam Leitão como uma jornalista que ''acorda mais cedo para ler jornal melhor, tem em casa um serviço de notícia em tempo real e ainda navega atrás de jornais estrangeiros na Internet''. Todo esse esforço, posto que verdadeiro, não tem tanta utilidade quando o assunto é economia. As contribuições de Leitão ao telejornal matutino da TV Globo estão muito mais para recados do Banco Central (BC) do que opiniões próprias.

Por André Cintra
Nesta quarta-feira (9), Leitão abriu sua participação no Bom Dia Brasil com a previsão de que, ''lá na frente, tem mais subida de preço''. A advertência - para não dizer a safadeza - parte de uma premissa mentirosa. Segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação do mês de março foi de 0,48%, um número levemente inferior ao de fevereiro (0,49%). Se não houve inflação maior, é descabida a expressão ''mais subida''.

A mensagem de Miriam Leitão não passa, porém, de um eco do Relatório de Inflação do Banco Central, divulgado na semana passada. É mais uma peça da ditadura do mercado - ''uma armadilha'' -, conforme denunciou o presidente do PCdoB, Renato Rabelo, em artigo no Vermelho: ''O Banco Central, o setor financeiro, a grande mídia e forças políticas conservadoras preparam o ambiente para uma nova elevação da taxa de juros'' (
clique aqui para ler o artigo na íntegra).

Quando o Bom Dia Brasil dá espaço para Leitão falar de ''momento de pressão inflacionária'', o que faz, na realidade, é repetir o discurso do BC e alardear um cenário discrepante da realidade. ''Miriam Leitão não conseguiu provar que a inflação está fora de controle. Nenhum especialista razoavelmente sério dirá isso'', ironizou o jornalista Paulo Henrique Amorim no Conversa Afiada.

Ele não foi o único a desmascarar o golpe do BC. Em uma nota para seu blog intitulada ''A marcha da insensatez'', o também jornalista Luis Nassif lembrou ''as incongruências do Relatório de Inflação'' da instituição e alfinetou os tucanos: ''Na reunião do PSDB, o ex-BC Ilan Goldjan, sustenta que, depois de ameaçar, o BC não pode recuar, sob risco de afetar sua reputação''. É tudo bobagem, alertou Nassif: ''Percebe-se que o BC errou bisonhamente no discurso''.

Marionete que se apresenta como ''especialista-em-qualquer-coisa'', Miriam Leitão comentou suas ''preocupações'' no mesmo dia em que o economista Delfim Netto, na Folha de S.Paulo, ironizava a situação. ''Ouvindo a autoridade monetária e lendo as análises do sistema financeiro, alguém que ontem tivesse chegado de Marte concluiria que o Brasil está sob grave ameaça de voltar a uma superinflação, que deve ser 'preventivamente' combatida por um 'superjuros'.''

O jornalismo global faz aquilo que Delfim chamou, no mesmo artigo, de ''espetáculo de intrigas nos meios de comunicação''. Não existem linhas divisórias entre o catastrofismo de araque de Miriam Leitão e o ''o terrorismo'' do BC. ''O que há é a tentativa do Banco Central e seus astrólogos de preservar a 'autonomia' - aqui quem manda sou eu e vou aumentar os juros porque quero'', destrinchou Paulo Henrique Amorim. ''E os colonistas do PiG (Partido da Imprensa Golpista) batem palmas.''

Ainda na manhã desta quarta-feira, Charles Collyns, subdiretor do departamento de pesquisa do FMI, foi enfático ao destacar a ''maior credibilidade'' do Brasil. Pouco depois da grita de Miriam Leitão, Collyns afirmou: ''A economia brasileira teve um desempenho muito bom nos últimos anos e o quarto trimestre de 2007 foi mais forte do que havíamos previsto''.

Vive-se um cenário em que até o Fundo Monetário Internacional - histórico carrasco dos países subdesenvolvidos - é capaz de admitir erros e fazer alguma mea-culpa. Ainda assim, Miriam Leitão e a Globo, com suas ''previsões'' escalafobéticas, insistem na contramão.

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