Brasil reage ao FMI e propõe fim de subsídios agrícolas
Ministro diz que só o fim das barreiras evitará a inflação dos alimentos.
Nesta sexta, Brasil e FAO assinaram acordos de cooperação.
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse, nesta sexta-feira (18), em Brasília, que, se o mundo quiser combater a inflação dos alimentos, é preciso acabar com os subsídios agrícolas. “Como foi reconhecido pelo próprio diretor-geral da FAO, o que impediu o crescimento da produção de alimentos em paises africanos e em países sul-americanos foram os subsídios, não foi o biocombustível”, afirmou o ministro.
“Pelo que me consta, na África ninguém deixou de produzir alimento para produzir biocombustível. Eles não produziam alimentos e continuam sem produzir, porque os subsídios agrícolas da Europa e dos EUA impedem que isso ocorra”, completou.
As declarações foram dadas depois da assinatura de acordos de cooperação entre o Brasil e a Fundação para Agricultura e Alimentação (FAO), ligada à Organização das Nações Unidas (ONU).
Para o ministro, a produção de biocombustíveis nos países em desenvolvimento não é a causa da escassez dos alimentos no mundo.
FMI
O Fundo Monetário Internacional (FMI) decidiu mesmo se aliar ao Banco Mundial contra os biocombustíveis. Segundo o diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Khan, o pior da crise dos alimentos ainda está por vir.
E ele vai além: o uso de produtos agrícolas alimentares para a produção de biocombustíveis seria um verdadeiro problema moral. Strauss-khan estimou em centenas de milhares de pessoas o número de potenciais afetados pela alta dos preços de comida e lembrou que pior que a fome é a desnutrição de crianças.
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